Quem olhar para mim na rua, vai ver uma borbulha mal espremida na cara, apesar de não saber que aquela borbulha se deve a problema hormonal e não por comer fritos ou doces.
Quem olhar para mim na rua, vai ver que não usei aparelho de correcção nos dentes, apesar de não ver que durmo todas as noites com uma goteira por conta das artroses no maxilar.
Quem olhar para mim na rua, vai achar que o meu tom natural de cabelo é castanho escuro. Não é. É castanho claro, quase louro, mas cabelos brancos exigem medidas drásticas.
Mas com isto posso eu bem.
No entanto, quem olhar para mim na rua, não vai saber que perdi o peso que perdi. Quem olhar para mim na rua, vai continuar a ver uma pessoa gorda. E isso, por muito que vá dizendo a mim mesma que não custa, é mentira. Custa e muito.
Sinto que já me esforcei tanto, mas tanto. Em tudo. Porque, sim, eu gosto de ir ao ginásio, mas convenhamos que há dias em que o Netflix chamaria mais alto, não fosse esta constante obsessão em chegar ao Biquíni Dourado. E, sim, a comida saudável sabe bem, mas o que eu não daria para comer o que me desse nas ganas e quando me desse nas ganas!
Mas se já perdi muito, sei que ainda falta tanto... Ainda a semana passada alguém, que não me conhecia do "antes", me dizia "A Catarina é muito alta, mas tem de perder uns quilinhos."
Pois tenho. Sendo que a frase certa é "Tem de perder MAIS uns quilinhos." Ou melhor, a frase certa é "Meta-se na sua vida", mas aí já estaríamos a ser desagradáveis e isso faz rugas.
O que eu queria mesmo é que o meu corpo já mostrasse como me sinto. Já me sinto cheia de energia, de força. Já me sinto uma pessoa saudável, a vender saúde, mas o meu corpo e o meu peso ainda gritam EXCESSO (de banhas).
É uma merda pensar assim, e sim, eu sei, já fiz muito, basta pensar como era há um ano, há um mês, há uma semana, para perceber que já mudei, MAS... Há sempre um mas, já me custa não ser "normal". Não é magra. É normal. Bem sei que com o meu 1,83 de altura em terra de gente pequena dificilmente passarei incógnita, mas pelo menos queria passar mais despercebida. Ou, pelo menos, gostava de, quem me conhece agora, não me viesse logo colocar um autocolante de obesa na testa. Se calhar, devia andar sempre com alguma coisa que desse para mostrar ao mundo que já perdi peso. E como quero ter uma atitude positiva perante estas situações que valem, no fundo, uma ventosidade que sai do intestino (que o Priberam diz ser o significado de traque), quero partilhar convosco uma linha de T-shirts que estou a pensar criar, numa espécie de "Não olhem para mim, olhem para o que eu trago vestido."
Esta é claramente para mostrar os meus abdominais "in the making"...
Já esta seria claramente uma provocação, e, como devem calcular, é a minha favorita! Só faltava estar em Português...
Catarina
7 comentários:
São tantos defeitos que nos colocamos e muitos problemas que arrumamos com as diferenças que existem e o jeito que gostaríamos de ser e ainda o que as pessoas gostariam de ver :( Mas, caramba!! Você é alta! Eu perto de ti sou uma anã, pois meço menos de um e sessenta. Viva a diferença!
https://youtu.be/vX0_V8nf6NA Este link é do vídeo que uma senhora fez explicando como fazer a pre pigmentação e cobrir os cabelos brancos. Eu fiz em casa e ficou muito bom.
Olá, Catarina. Vi-te no evento da Máxima, mas tive vergonha de ir falar contigo. Sigo o teu blogue desde o início e as diferenças já são tantas! Um beijinho
Oh! Como assim? Devias ter vindo falar! Mas entendo, estava com três gajas jeitosas que intimidam hahah! ;D
para a próxima vem-me falar sem problemas, sim? =) E obrigada!
Um beijinho dourado
hahaha, obrigada ;)
Um beijinho dourado
Eu acho que já estou bem, pelo menos, já me sinto bem, mas de facto quem não lhe é pedida opinião não devia opinar... mas opina!
=|
Um beijinho dourado
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