quarta-feira, 3 de maio de 2017

Yoga também é uma espécie de Yoda, certo?

Através da minha escrita, acho que conseguem perceber que sou um pouco ansiosa... muitas reticências (como as que usei antes de escrever "muitas reticências"), muitos solilóquios entre parêntesis (como os que usei depois de escrever "muitas reticências" e que voltei a usar agora), muitas enumerações (confere!), muitas interjeições, enfim!, muita pressa de deitar cá para fora o que parece estar preso na ponta dos dedos e ansioso de ser digitado num teclado.

Mas a palavra-chave é mesmo "ansiedade". Estou constantemente ansiosa que o amanhã chegue. Vivo em ânsias que chegue daqui a um bocadinho, mesmo que esse daqui a um bocadinho nada traga de novo; odeio esperar e sinto que às vezes quando me sento verdadeiramente quieta durante cinco minutos, todo o meu corpo pulsa numa espécie de "Ena! Isto é novo! Deixa-me cá aproveitar antes que ela se levante..."

Por isso, uma aula de Yoga sempre me pareceu uma opção pouco "catarinesca". Se no ginásio experimentei BodyBalance, que é uma mistura de yoga, tai chi e pilates, e até acho que não me saía mal, o yoga em si, sozinho em toda a sua dificuldade e "inner self", nunca tinha experimentado. Mas fui desafiada. E raramente digo que não a um desafio (corri ou não corri a Meia-Maratona?!) 


Sexta-feira de manhã, o meu dia de folga e logo a finalizar uma semana complicada a todos os níveis, lá foi ela (eu). A medo. Com todas as emoções à flor da pele: as de rever um amigo (que me desafiou), as de estar frio e não levar roupa apropriada para o suportar, as de ainda estar a pensar no que aconteceu no trabalho durante a semana, as de... as de... as de... Enfim, a cabeça ia cheia, como costuma ir para todo o lado. 

O texto já vai longo, eu sei, mas é mesmo para mostrar como funciona a minha cabeça... sempre a mil... até que... pára tudo. Há uma calma. A voz da Inês ao fundo da sala. O aconchego de quatro paredes tão próximas, num espaço tão intimista. O riso atrevido do Nuno, quem me desafiou para fazer a aula, como que a dizer "Preferias estar a abanar a bunda, que eu bem sei..." E, estranhamente, posso afirmar que não preferia.

É isso mesmo, estranho. Mas se me tenho vindo a superar em tudo, no peso, na alimentação, nas rotinas, que esquisito ainda não me ter lembrado de abrandar a mente, ou seja, de superar o acto de me deixar tranquilizar.

Claro, não foi fácil. Na verdade, nem chegou bem a ser pois passei grande parte da aula a olhar para a Inês, a tentar perceber se estava a fazer tudo bem e ainda e sempre a minha eterna luta com os óculos que de cabeça para baixo e pernas para o ar deixaram a gravidade levar a melhor, os bandidos!

Mas soube-me estranhamente bem. Sei que tenho um problema de elasticidade (de falta dela) e de equilíbrio (de falta dele) e que os devia tentar resolver. Mas, acima de tudo, a música calma a envolver a mente, a tentar travar os pensamentos constantes, esse é mesmo o desafio.

Numa aula de Cycle, a luta é com o meu corpo, claro, mas também é com o corpo dos outros: o objectivo é pedalar mais rápido que eles, ser a líder do pelotão e a mente agarra-se a tudo para conseguir ganhar. Numa aula de Yoga nada disso pode existir. É tão o oposto que sinto mesmo que ainda vou demorar bastante tempo a conseguir libertar a mente do pelotão. Mas hei-de conseguir.

E, lá está, as pessoas! Tenho tido a sorte de ir encontrando as pessoas certas neste último ano e meio e têm-me chegado sempre na altura certa.
A Inês é o corpo elástico (que ainda nem existe palavra para a elasticidade daquela mulher, e se não acreditam vejam as fotografias do Facebook dela!) por trás do projecto YogaProjection. Podendo, acho que tinha feito um áudio da aula só para transportar a sua voz calma, mas segura comigo para todo o lado. 

É estranho, pois se o Yoga nos parece trazer à terra, acaba também por deixar a mente a flutuar... E a Inês dá uma entrega tão grande à sua aula, a sua voz dá tanta certeza que vamos conseguir fazer saudações ao Sol sem vacilar que acabamos por fazer... bom, mais ou menos. Mas a vontade está lá!

Temos já futuros encontros marcados e não têm desculpa para não irem experimentar uma aula com ela! Santa Amaro de Oeiras, Massamá, Queluz, Olivais, Póvoa de Santo Adrião...! Uf! Para quem transporta a tranquilidade e serenidade esta mulher não pára!

E claro que tenho que agradecer ao Nuno por me ter desafiado. E por ter estado tão à vontade no final da aula no momento do relaxamento que até ressonou. A sério. Ele já vai num nível superior de entrega ao Yoga. Já vai em nível mestre Jedi Yoda, enquanto eu ainda sou uma jovem Padawan... (fogo! Até com Yoga eu falo em "Star Wars"! Alguém que tenha mão em mim!)

Catarina

4 comentários:

Maria disse...

eu pratico há um ano e adoro

Rititi disse...

Uma aula de Yoga é definitivamente um desafio e dos grandes! Também achava que a coisa não ia dar muito para o meu lado por achar ser parada. Não é, é dura e eu não chego com as mãos aos pés ahahahh! Mas é daquelas aulas que nos surpreendem, sem dúvida! ;)

Unknown disse...

Faz-me tão bem ler os teus textos. Parce que dás voz ao meu "bichinho carpinteiro" sempre aos pulos na minha mente. Deixaste-me cheia de vontade de voltar a dar esse tempo a mim mesma (a ele) e reiniciar essa viagem da qual já fugi por achar que o meu mundo não poderia parar um pouquinho. Mas não é que pode e deve? keep u the great work: inspire people!

mysupersweettwenty disse...

Já fiz duas vezes mas... not my cup of tea! (ou calhou-me a pessoa errada...)

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